Comunidade Nossa Senhora de Guadalupe – Belo Horizonte MG- Barreiro

Publicado el : 11 de mayo de 2020

Queremos compartilhar nossa vivência de um mês e dias de isolamento social. Nós sabemos que não é fácil viver este momento crucial imposto pela tragédia mundial do coronavirus19.

Diante do desafio, a comunidade tem testemunhado a Esperança, o Amor, a Caridade e a Paciência. Estamos reaprendendo as riquezas, que a Vida Fraterna oferece às vocacionadas e às consagradas, que fizeram a opção de seguir os passos de Jesus Cristo. Ele foi e sempre será a centralidade de nossa vida, que está enraizada na proposta Dele.
A vivência fraterna em nossa comunidade está Intensificada nos momentos orantes, no diálogo, na partilha e na misericórdia. O viver face a face exige de nós um olhar profundo para nós mesmos, antes de qualquer julgamento; pois as necessidades são diversas e estão explícitas no movimento corporal, nas falas, no sorriso e nas manifestações faciais. Nossa proposta é desafiadora: - Viver tudo isso no aconchego da comunidade onde se pode viver a Festa e o Perdão.
Alegro-me com este seu gesto de querer nos encontrar fraternalmente apesar de tudo. Obrigada! Temos vivido de desafios, rompendo distâncias, enfrentando riscos e perigos, em missão em lugares onde a saúde fica comprometida, mas o amor é maior! Ficando em casa, numa comunicação entre nós e com amigos, cheia de risos e brincadeira. “Onde reina o amor, fraterno amor” “Deus ibi est” via internet, há uma novena, verdadeira caridade fraterna. Santa Catarina é a promotora! Unidas na oração e na esperança, abraço muito fraterno. Beijos, Irmã Maria Cristina

Queridas irmãs!
Vivo no coração uma confiança e esperança inesgotáveis. O isolamento social para mim é uma boa oportunidade de uma maior intimidade com Cristo, de um maior conhecimento de mim mesma e uma maior convivência com as irmãs. Procuro vivenciar cada momento da melhor maneira possível, vivendo um dia de cada vez. Continuo com as minhas orações diárias, e com a rotina de formação, atuando nas pastorais. Desejo que todas vocês estejam bem. Obrigada pela proposta da partilha. Um grande abraço! Luiza Helena

Neste momento, devido à pandemia, tendo uma experiência desafiadora, a qual me força a participar do isolamento social e ao mesmo tempo intensificar e fortalecer minhas orações, àquelas pessoas que são vítimas do coronavírus. Ficar em casa para mim é um exercício constante, quando penso no fim da doença. Em outras palavras, fico triste no sentido de não poder visitar as pessoas doentes e idosas em suas casas ou hospital. Apesar de tudo isso, sou grata a Deus, a comunidade religiosa, a todas as irmãs da CRSD pelas orações e partilhas. Com carinho, Irmã Ronilda.

“Sede como aqueles que estão esperando seu senhor voltar de uma festa de casamento…” (Lc 12,36)
A trágica pandemia da Covid -19 tem afetado a normalidade da vida cotidiana e nos obriga a viver uma nova espiritualidade e atitude diante da realidade. Estamos todos obrigados ao retiro obrigatório. Voltar para dentro de casa e de nós mesmos. Viver o desapego das coisas. Abandonar as atividades rotineiras e os compromissos agendados. O coronavírus veio nos fazer vivenciar nossa fragilidade diante do sofrimento, da morte, do medo e da paralisação social. E para nós brasileiras, a crise ética diante da situação política do nosso país. Esse pequeno ser quase invisível nos faz sentir o amargo sabor da impotência e o infinito valor da vida.
No cenário que se desenha, no âmbito da vida é um dos mais sensíveis. Em tempos de crises, os momentos de incertezas, de dor e lágrima se apresentam como caminhos possíveis para a única certeza que nos leva a luz - a espiritualidade. Nós não escolhemos este vírus, mas podemos escolher como viver diante da realidade que ele nos apresenta. Na abertura amorosa à vida, à natureza, ao outro e a Deus. Nessa perspectiva, nós irmãs da comunidade de nossa Senhora de Guadalupe estamos vivendo intensamente. Nossos estudos, missão sendo vivenciados em outras técnicas, e algumas de maneira bastante reduzidas como, por exemplo; a pastoral de rua. No entanto, temos mais tempo para as orações comunitárias (vigílias, reflexões e adoração). Escutamos com amor, longas histórias pessoais de cada uma na hora das refeições. Celebramos com muita festa cada momento litúrgico. Creio que nossos ritos e ritmos ganharam outra dimensão. Ao abraçar o divino alçamos um voo de esperança.
Eu particularmente sigo a vida rezando muito, intensificando o autoconhecimento e a busca de Deus, trabalhando na horta e fazendo a faculdade de Enfermagem por internet, através de longas conferências e trabalhos teóricos.
Enfim, ouço muita gente dizer que o mundo não será o mesmo depois do Covid -19. Espero que seja verdade. Que sejamos muito mais profundos e amadurecidos no jeito de cuidar da VIDA. Que o desejo de abraçar nos faça mais amorosos e que nossa pequenez no ajude a buscar as coisas do Altíssimo Deus na nossa vida.
Agradeço imensamente a todas as irmãs, que estou certa estão em comunhão conosco. Fraternalmente com gratidão, Maria

Imã Solange: Este momento está me ajudando a descobrir tantas pessoas, tantos valores, tanta bondade e carinho, tanta solidariedade e ternura, tantas crenças no poder e sem poder, tanto dinheiro ao lado de tanta miséria, tantas pessoas sem nada e outras com tudo sem poder usufruir de tudo que tem... Já não sou a mesma pessoa! Confirmo. Não mudei só estou aprendendo a amar mais... Estou reafirmando meu apaixonamento pela vida consagrada, com Deus e pela sua criação, que Ele nos deu, com as pessoas e comigo mesmo... Escutando o silêncio e vivendo o sabor do Amor, que tudo dá e nada recebe. Entrego a cada instante minha Transformação, que se diluiu na promessa da minha consagração. Muita gratidão! Solange Damião.